Entender a comunidade surda é o primeiro passo para uma empresa atrair e engajar esse público. Porque fazendo assim, será mais fácil para a organização implementar as ações e melhorar a acessibilidade interna. Dentre os principais desafios, os surdos precisam lidar com algumas confusões que muitos funcionários fazem na hora de se comunicarem.
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) tem como precursor a Língua Francesa de Sinais. Tudo começou quando em 1857, a convite de Dom Pedro II, o conde francês H. Huet veio ao Brasil. Como era surdo, ele fundou a primeira escola para essa comunidade.
Quando o conde chegou, os surdos já tinham alguns sinais e se comunicavam. Nisso, eles aproveitaram os conhecimentos do francês, incorporaram ao que já sabiam e fundaram a Libras.
Mesmo assim, até hoje muitos brasileiros confundem os termos e sua abrangência, principalmente dentro das empresas. Por causa disso escrevemos este artigo com o objetivo de esclarecer os mitos e verdades em torno da língua de sinais.
Saiba 4 fatos que talvez ainda não te contaram sobre a libras, língua da comunidade surda.
Confira 4 verdades em relação à libras que muitos colaboradores confundem, limitando o entrosamento com a comunidade surda.
1. Libras é igual ao português
A maioria dos colaboradores categoriza libras como uma linguagem ou algo relacionado a somente gestos. Na verdade, ela é uma língua com estruturas gramaticais próprias. Por causa disso é possível sim, que qualquer funcionário aprenda e exercite uns com os outros.
Agora, a organização dessas informações são completamente diferentes do português, porque ela não é regida a tempos verbais ou artigos e sim construída com base em expressões corporais e faciais. Em alguns casos, os sinais com as mãos são diferentes das expressões faciais, o que ajuda a contextualizar e, dependendo da situação, isso pode alterar o sentido total de uma frase.
Por isso, é muito importante que uma empresa adote boas práticas de acessibilidade para facilitar a comunicação entre os colaboradores. Ela pode contratar, por exemplo, uma empresa terceirizada que disponibilize intérpretes de Libras presenciais ou mesmo por videoconferência.
2. A língua de sinais não é universal
Embora a Língua de sinais possa estar presente e ser usada em vários países, isso não significa que ela seja universal. Cada país, cada comunidade surda tem sua própria língua de sinais.
É o caso de países como Portugal e Estados Unidos que tem nomes e formações completamente diferentes da língua brasileira. A American Sign Language (ASL) é uma língua americana e a Língua Gestual Portuguesa (LGP) é a utilizada pelos portugueses.
Mas até dentro do próprio pais a língua de sinais pode sofrer variações. Assim como os regionalismos brasileiros, a língua de sinais tem o seu desenvolvimento, suas gírias e nomenclaturas.
3. Nem todo surdo é mudo
Existe uma grande diferença entre surdo-mudo. A primeira diferença é o significado e a segunda é a abrangência. O fato da pessoa ser muda indica outra deficiência e é raro ela ter as duas ao mesmo tempo. O que acontece é que muitos surdos não falam, porque simplesmente não ouviram.
Como aprendemos a falar a partir do que escutamos, alguns surdos não conseguiram desenvolver a fala. Mas seu aparelho fonador está intacto e ele pode sim emitir sons. Além disso, eles defendem que falam, usando os sinais para isso.
4. Surdo ou deficiente auditivo?
As terminologias confundem os colaboradores e muitos clientes que são surdos não gostam de serem chamados de deficientes auditivos. e sim de surdos mesmo. A língua de sinais é uma forma de comunicação, assim como os outros idiomas. Por causa disso ela tem a sua cultura, sua comunidade e quando os surdos são confundidos eles se sentem desrespeitados.
É só observar que a própria legislação brasileira trata do tema com a Lei 10.436 que regulamenta, e reconhece Libras como o meio oficial de comunicação para os surdos.
Por outro lado, os deficientes auditivos são surdos que escutam com a utilização de recursos como aparelhos auditivos, implantes cocleares e muitos deles são oralizados e não se consideram integrantes da comunidade surda.
Em meio a tudo isso, fica evidente a necessidade da empresa investir em práticas e recursos que ajudam na comunicação com a diversidade surda. Dessa forma a organização vai saber se comunicar, envolver e oferecer um ambiente acolhedor e confortável para ela.
Agora que você já aprendeu alguns fatos a respeito da comunidade surda, que tal outras pessoas ficarem sabendo dessa novidade? Aproveite, compartilhe em suas redes sociais e vamos ajudar na conscientização social!
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