O surdo no médico: acessibilidade comunicativa necessária O surdo no médico: acessibilidade comunicativa necessária

O surdo no médico: acessibilidade comunicativa necessária

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O surdo no médico: acessibilidade comunicativa necessáriaO surdo no médico,  imaginem a cena: o médico recebe um paciente surdo, usuário de Libras – a Língua Brasileira de Sinais. Ele está desacompanhado, febril, reclamando de dores por todo o corpo. O doutor tenta interagir para fazer o diagnóstico. Frustrado por não conseguir entender o que o surdo relata e não ter acessibilidade comunicativa, opta por se comunicar através do português escrito.

O surdo no médico: acessibilidade comunicativa necessária
Imagem: Creative Commons

O médico então pega papel e caneta, mas logo descobre que esse surdo tem dificuldade para entender o que ele escreve. E que ele, o médico, também não entende as frases produzidas pelo paciente surdo. O diálogo médico-paciente começa a acontecer através de mímicas. Nesse cenário, o que pode dar errado? Tudo!

Como o médico saberá se o paciente é alérgico ao medicamento prescrito? Como saberá a etiologia da doença, se os sintomas têm origem  num coronavírus, por exemplo, para que possa fazer a prescrição com segurança? Essas são apenas algumas das questões.

E, pior ainda, se precisar de uma cirurgia? como o médico explicará? Sabemos que os médicos conversam durante a cirurgia. Se o paciente não necessita de anestesia geral, eles vão explicando o que está acontecendo, para acalmá-lo, tranquilizá-lo.

Mas até mesmo para aplicar uma anestesia geral é necessário explicar antes o porquê do procedimento. A barreira da falta de acessibilidade comunicativa comprometerá, portanto, a assistência médica, com sérios riscos de interferir no diagnóstico. Na prescrição do tratamento, no prognóstico, na adesão do cliente às orientações necessárias.

Falta de acessibilidade comunicativa entre o surdo e o médico, no Brasil

Os hospitais brasileiros não estão preparados para receber e lidar com pacientes surdos. Ao receber um surdo os médicos se sentem desconfortáveis com a barreira de comunicação, mas infelizmente acreditam que o problema é do surdo. Que “não deveriam ir sozinhos”, como já ouvimos de um médico em um grande hospital de Belo Horizonte.

Alguns hospitais, com maior preocupação social, optam por treinarem seus empregados com curso de algumas semanas em Libras. Impossível, nesse curto período de tempo, ter a fluência necessária para intermediar a comunicação.

Esse treinamento, aliás, é muito questionável… Libras é uma língua. Precisa de profissionais fluentes. Alguém domina inglês em algumas semanas de curso? Não? Libras também funciona assim, pois é tão complexa quanto qualquer outra língua!

Aliás, os hospitais brasileiros estão sendo cobrados para que se adequem às normas internacionais de acessibilidade comunicativa. Conhece o manual Joint Commission International (JCI)?  Então! Ele trata dessa questão, do surdo no médico, entre outras coisas.

A SignumWeb, nesse contexto como em vários outros, atenderia perfeitamente. Nossa proposta é promover acessibilidade comunicativa, proporcionando segurança ao profissional e LADIS: Liberdade, Autonomia, Dignidade e Igualdade para os Surdos.

Fica então o convite: vamos juntos tornar o mundo um lugar mais acessível ao surdo, inclusive e principalmente quando ele precisa cuidar da sua saúde, quando ele então procura um médico?

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9 comentários em “O surdo no médico: acessibilidade comunicativa necessária

  1. Boa noite

    Gostaria de saber se existem leis sobre a responsabilidade de hospitais privados em garantir acessibilidade para pessoas surdas??? Os hospitais privados devem pagar pelo contrato de intérprete de Libras? Por exemplo, um paciente surdo pode ter um intérprete para se comunicar com médicos e enfermeiros.

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