Muitas mães concordarão comigo. A maior emoção experimentada na vida de uma mulher é a gestação e o nascimento de um filho! Comigo não foi diferente. O meu nasceu lindo, como nos meus sonhos de menina, desde quando comecei acalentar bonecas na infância. Mas meu filho é surdo… E agora?
Senti que sugava meu coração, junto com o leite que fluía para sua boca sedenta. A entrega foi mesmo total, incondicional. Então, com um ano e nove meses, meu lindo bebê adoeceu e eu desejei sofrer em seu lugar. É inadmissível receber o diagnóstico de meningite, uma doença grave. É inaceitável vê-lo chorar de dor. É terrível descobrir que ficou surdo.
Quando você se descobre mãe de uma criança com deficiência, suas emoções oscilam. Em alguns momentos você se sente forte, capaz de suprir todas as necessidades daquele ser indefeso, totalmente dependente. Se sente a supermãe, toda poderosa, supridora e protetora. Em seus braços, nada poderá atingi-lo. Seus braços são, na verdade, a extensão do seu útero, onde ele está envolto em uma bolha protetora. Totalmente isolado das intempéries do mundo externo.
Em outros momentos é tomada pela consciência da própria limitação, da incapacidade de reproduzir externamente o ambiente protetor que seu corpo proporcionava. Que mundo o espera? Ele não viverá para sempre sob minhas asas. Que escola frequentará? Que amigos conquistará? Como lidará com as frustrações de ser rejeitado, descriminado, já que foge dos padrões de normalidade pré-concebidos pela sociedade?
A primeira grande dificuldade é vivenciada nas próprias relações familiares. Afinal, como funciona o sistema familiar em que um dos membros apresenta alguma forma deficiência? Como ficará a dinâmica do relacionamento entre o casal? O filho com deficiência unirá o casal, ou será fonte de discórdia, de ressentimentos, de mútuas acusações quanto a quem seria o “culpado” pela situação?
E quanto aos irmãos, que por ventura participarem dessa constelação familiar em que normalmente, para o bem ou para o mal, a rotina orbita em torno da criança mais carente de atenção? Como cada irmão se comportará, como se dará a dinâmica desses relacionamentos? No início da minha própria jornada, na década de 1980, sem internet, sem Google, sem especialistas disponíveis para orientar… Busquei apoio em autores que produziram material sobre o tema. Mas não havia muita informação, muita orientação. E procurei investir no fortalecimento da fé em Deus, na esperança de um bom futuro para o meu filho.
Surdo empreendedor
Havia em meu coração a determinação que move uma mãe, em defesa do filho ferido. Com muita vontade de superar as dificuldades, muita criatividade e muito amor, fomos construindo juntos essa nova e desconhecida jornada. Meu filho surdo foi crescendo, aos poucos aprendendo e ensinando como lidar com o silêncio, como acessar o mundo dos ouvintes. Aos 31 anos de idade, ele surpreende a todos, identificando no seu problema uma oportunidade.
Estudante de Tecnologia da Informação, idealizou a SignumWeb, uma inovadora tecnologia para acessibilidade comunicativa entre surdos e ouvintes. A deficiência não define o meu filho. Eu, a mãe que chorava, lamentando um diagnóstico de surdez, hoje sou sócia desse empreendedor surdo. Aceitei com alegria o desafio que ele me propôs – de construirmos um mundo mais acessível para os surdos.
Vamos juntos, meu filho surdo, nessa linda missão!
Olha eu conheço esta linda família e sempre vi um talento especial em Felipe. Que Deus abençoe a ele, aos seus pais e a todos que estão envolvidos nesta missão. Felicidades e sucessos a todos.
Vi minha o início da nossa história contada aqui, mas meu Felipe tem apenas 7 anos, mas sei que seu futuro será lindo e ele também será um grande homem
Oi Luana!
Isso mesmo! Foque nas possibilidades! Seu Felipe será um grande homem!
Se desejar me ligar 31 99898-4162