Como se sente o surdo nos bancos? Especialmente se não fizer leitura labial e for usuário da Língua Brasileira de Sinais?
Os surdos, e também os deficientes auditivos oralizados, se sentem prejudicados. Quando esses clientes precisam usar os serviços de um banco, não encontram acessibilidade. Quando precisam de um atendimento presencial, nas agências, o atendente até tenta interagir, mas logo percebe a dificuldade.
Mesmo que tenha recebido treinamento em Libras, raramente o bancário é fluente. E isso é frustrante. Tanto para o surdo quanto para o atendente. Entretanto esse prestador de serviços termina se esforçando para se comunicar com o cliente surdo. Para isso ele se apoia no português escrito. Mas não obtêm muito sucesso. Se o atendimento for virtual a dificuldade permanece ou talvez seja ainda maior.
Sem ações mais inclusivas, a acessibilidade para surdos termina não acontecendo. Pelo menos não de forma eficaz. Essa é a situação verificada nos bancos que atuam no Brasil.
O surdo nos bancos e o uso do português na comunicação.
Todos sabemos que a maioria dos surdos brasileiros, usuários de Libras, têm grande dificuldade com o português. Até mesmo na modalidade escrita, já que essa não é a sua língua materna. É nessa língua gestual e visual que o surdo se sente confortável para se comunicar.
É como se o surdo fosse estrangeiro em seu próprio país. Quando o atendente percebe a dificuldade de usar o português, termina tentando estabelecer um diálogo por meio de mímicas. Sendo assim, o surdo vai embora frustrado, com informações insuficientes, limitadas.
Temos visto que o surdo oralizado também vem apresentado justas reclamações em relação aos bancos. Sempre relacionada à falta de acessibilidade na comunicação.
Sendo surdos oralizados ou usuários de Libras, como eles se viram para abrir uma conta ou contrair um empréstimo, por exemplo? Como fazem para ter acesso a algum benefício social, ao qual tenha direito? E se precisar liberar um cartão de crédito? É possível se comunicar através de um 0800 disponibilizado para o serviço de atendimento ao cliente? Esse serviço só é possível com a utilização do TDD, uma parelho telefônico antigo e caro, que ninguém tem.
Óbvio que nada disso dará certo, se não for removida a barreira de comunicação. É ela que compromete o relacionamento do banco com seu cliente surdo.
Mas quem se importa? De quem é o prejuízo? Óbvio que não é só do surdo. A instituição bancária também pode estar perdendo excelente oportunidade de negócios.
Falta acessibilidade para o surdo nos bancos
É fato que os bancos que atuam em território brasileiro não estão preparados para receber e lidar com clientes surdos. Acreditam que o surdo deve resolver seu próprio “problema”. Acham que esse cliente deve levar o próprio intérprete. Mas… e a questão da privacidade? O surdo pode não querer partilhar com conhecidos (ou com familiares) as suas questões financeiras. Não é um direito de todos?
Com um intérprete profissional a questão da privacidade é minimizada. Isso porque haverá um contrato que exige sigilo da informação. Assim, sendo, o intérprete seria um profissional autorizado pelo banco. Estaria sujeito às normas do banco e poderia responder judicialmente por falta de ética no exercício da profissão.
Descaso com o cliente surdo
O fato é que esse serviço ainda não existe. E o descaso com o cliente surdo persiste. Por conta disso a lei da acessibilidade para o surdo nos bancos continua sendo omitida, desconhecida, ignorada.
Infelizmente muitas pessoas continuam achando que o surdo deve levar seu próprio intérprete. A pergunta que sempre fazemos é se o cadeirante constrói as suas rampas de acesso? Se o cego precisa pagar para colocar placas em braille ou para instalar o piso tátil? A resposta para essas perguntas é negativa. Nesse caso, expliquem por que o surdo tem que pagar para ter acessibilidade comunicacional, levando o próprio intérprete?
Alguns bancos de fato se preocupam com a questão e treinam seus empregados com curso de algumas semanas em Libras. Outros têm optado para fazer uso de avatares. Aqueles robozinhos que traduzem textos são muito legais. Entretanto já se sabe que eles não dão conta de realizar uma intermediação comunicativa em tempo real.
Sabemos que as soluções citadas não possibilitam a fluência necessária para intermediar a comunicação entre o banco e seu cliente surdo. Claro que não!
SignumWeb: acessibilidade na comunicação para o surdo nos bancos
A SignumWeb sabe que Libras é uma língua rica e complexa. Sabe também que a verdadeira acessibilidade para surdos, que usam essa língua, se dará com o uso de profissionais fluentes.
Para adquirir fluência no inglês, francês ou qualquer outra língua falada pelo mundo afora, não basta um treinamento. Isso exige investimento de tempo e estudos. A mesma coisa acontece com Libras. Por isso defendemos a presença de intérpretes humanos atuando virtualmente nos bancos. Isso é possível com o uso da tecnologia.
A SignumWeb se apresenta como uma alternativa inovadora, para resolver esse problema. O atendente chamará virtualmente o intérprete no celular, computador ou tablet. Esses equipamentos serão disponibilizados pelo banco e a comunicação ocorrerá de forma eficiente.
Nossa proposta é promover o LADIS: liberdade, autonomia, dignidade e igualdade para os surdos.
Acessibilidade para o surdo nos bancos ou em qualquer outro lugar! Vamos juntos construir essa ideia?
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