Barreiras atitudinais no trabalho: veja como um empregado surdo superou esses obstáculos!

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Você sabe o que são barreiras atitudinais? Então, vamos explicar sobre este assunto por meio de uma história fictícia de um empregado surdo, o Fábio Alvarenga, engenheiro de produção, que vive em Franca (SP) e trabalha em uma indústria de calçados.

Fábio enfrentou diversos obstáculos, tanto na comunicação com colegas de trabalho e com seus superiores imediatos, quanto em relação a preconceitos, para conseguir ser reconhecido como um profissional capaz de exercer bem as suas atividades. Depois, tentou fazer as pessoas entenderem que ele pode contribuir com a sua força de trabalho para o crescimento da empresa. Entenda melhor lendo o post abaixo. Confira!

Veja as barreiras atitudinais enfrentadas e a busca por novos caminhos

Fábio sempre foi um indivíduo esperto, curioso e proativo. Por isso, buscou estudar e se formar. Ele sabia que tinha capacidade para ser um bom profissional, mesmo diante do seu problema auditivo. Contudo, essa trajetória não foi nada fácil, pois enfrentou muitos preconceitos, foi discriminado e até mesmo humilhado.

Nos locais onde trabalhou, sua função não correspondia ao conhecimento adquirido na sua formação. Ele sempre era contratado apenas para que as empresas cumprissem a lei de cotas. Desta forma, era colocado para montar caixas, limpar restos das colas nos calçados e outras atividades desse tipo e, ainda, com baixa remuneração. Desse jeito, por mais que acreditasse no seu potencial, via suas forças se reduzirem para lutar contra essa injustiça.

Isto acontecia porque as empresas não eram estruturadas e nem os gestores tinham consciência das condições profissionais e intelectuais das pessoas com deficiência. A equipe de RH sempre realizava palestras, treinamentos e cursos para os funcionários, sem a presença de um intérprete de Libras. Eles também passavam vídeos sem a janela da língua de sinais. Enfim, poucos funcionários interagiam com o Fábio, porque acreditavam que a comunicação era difícil.

Fabio teve a ideia de orientar e explicar, por meio da escrita, a situação dos PCDs, de como a empresa deveria agir, das barreiras de acessibilidade, o que ganhariam com isso. Os argumentos para derrubar as barreiras atitudinais não foram poucos , mas a falta de vontade da organização persistia.

Assim, percebendo que os gestores não tinham o mínimo de conhecimento e nem interesse em melhorar as condições de um PCD, ele resolveu pedir demissão e procurar uma outra empresa que investisse na promoção e inclusão de pessoas com deficiência. Foi assim que ele começou a trabalhar em uma outra empresa, do mesmo ramo de calçados.

Entenda os benefícios da inclusão social

Nesta nova organização, a diretoria incentiva a inclusão social, conscientizando os colaboradores a respeitarem as limitações de cada pessoa, a aceitarem aqueles que são diferentes na cultura, no físico, no intelecto, no financeiro e no social. Esse ambiente laboral agregador potencializou os resultados da empresa.

Desse modo Fábio conseguiu ingressar em sua área de engenharia de produção. Na nova empresa existem alguns funcionários ouvintes que sabem Libras e que o tempo todo se comunicam com os surdos no trabalho. Além disso, os treinamentos contam com tecnologias assistivas como a audiodescrição para os cegos e com a plataforma SignumWeb, que chama um intérprete virtual nos dias de treinamento, permitindo a livre comunicação entre o palestrante e o colaborador surdo. Além disso eles sempre usam essa plataforma nos momentos que se fizerem necessárias as interações comunicativas, quando não contam com colegas que sabem Libras

Com todos esses incentivos, o engenheiro conseguiu alavancar sua carreira e hoje se tornou um líder do seu setor. Tudo isso porque a empresa proporcionou instrumentos e ferramentas de trabalho para que ele tivesse autonomia e houvesse qualidade na sua produção.

É necessário entender que as barreiras atitudinais motivam o preconceito. Elas não deixam as pessoas verem que as necessidades das pessoas com algum tipo de deficiência são diferentes.

Na verdade cada empregado, com ou sem deficiência aparente, tem a sua história, suas potencialidades e limitações. Por isso, conviver, dialogar e incluir PCDs ao cenário laboral é valorizar a todos sem distinção.

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