08 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher. Sendo assim, decidimos prestar uma justa homenagem. Para isso, resolvemos falar sobre a mulher surda no Brasil. Optamos então por entrevistar uma delas, a Laís Drummond.
A Laís fala dos desafios de ser mulher surda no Brasil. Bem como da luta de tentar viver dignamente, num país onde não há ampla e verdadeira acessibilidade comunicativa.
A ideia de criação do Dia da Mulher nasceu nos Estados unidos e na Europa no final do século XIX. Nessa época já se discutia sobre lutas por melhores condições de vida e de trabalho para as mulheres. Inicialmente o direito ao voto era uma das reivindicações das feministas. Posteriormente reivindicaram o direito de decidir a própria vida, em todos os aspectos.
Tudo isso fez muito sentido e obteve êxitos. Mas sabemos que muita coisa ainda precisa melhorar e evoluir. Especialmente se pensarmos no caso da mulher surda.
Acompanhe o texto, essa entrevista com uma surda maravilhosa. Entenda que se trata de um texto de uma pessoa que não domina perfeitamente as regras do português, já que sua língua materna é Libras. Boa leitura!
SignumWeb: Como é a vida da mulher surda no mercado de trabalho?
Laís Drummond: No Censo demográfico IBGE 2010 total de 10 milhões de brasileiros com deficiência auditiva. Pesquisa em população residente no nosso país, por tipos e severidade de deficiência: Alguma dificuldade, grande dificuldade e incapacidade de ouvir.
“Eu sou mulher, direito sustentar a vida de mulher, vida de família principalmente meus filhos, sonha de ser propriedade imobiliária, mas, agora eu tenho mais difícil gastar aluguel moradia, ou morar com mãe, difícil alimentar e educar filhos. Eu tenho grande barreira para oportunidade de direito a trabalhar e ganhar salário. Até hoje há falta de vaga para deficiência auditiva! É triste!”. Isso é o que diz mulher surda anônima.
A questão sobre a população de mulheres surdas no Brasil, o IBGE registrou em tabela.
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.
SignumWeb: Como a mulher surda no Brasil lida com a violência doméstica?
Laís Drummond: São muitos pedidos. São também várias reclamações de faltas de possibilidade de ligar para os serviços de emergência, com acessibilidade. O motivo é que não tem atendimento de Libras (como intérprete de Libras). Por exemplo, há muitas mulheres surdas que sofrem cada vez mais em violências domésticas. Seja pelos pais ou companheiros. Isso pode causar a morte (até suicídios).
Percebe que adaptação com uso de tecnologia já existe. Entretanto há falhas de atendimento, pois empresas não usam tecnologia. Isso é realidade. Como chamar a ambulância para emergência? Onde que precisou para salvar não deu certo. Declaro que há faltas de verbas necessário para acessibilidade, para pessoas com deficiências auditivas.
SignumWeb: Como a mulher surda lida com a barreira de comunicação no momento da maternidade?
Laís Drummond: Estamos no século XXI. E a mulher surda ainda vive o risco de maternidade. Nesse momento da vida as mulheres surdas vivem a grande barreira de acessibilidade de comunicação. Tem vários problemas, várias cicatrizes no corpo e na alma. Em durante e depois do parto. Várias ficaram prejudicadas de erros de médicos, de remédios errados, de cirurgias e tal.
Podemos saber que o desequilíbrio emocional por falta de acessibilidade pode trazer sérios problemas de concentração, de depressão. Isso leva a necessidade psicologia. Contudo não tem Libras para comunicar em privado com esse profissional.
SignumWeb: O que a mulher surda deseja, na sociedade?
Todas as mulheres surdas brasileiras têm seu direito tornar independência. Como estudar, até se tornar uma doutora. Trabalhar supervisionar, ser uma gerente, um bom cargo.
A mulher surda deseja um bom conviver, com boa comunicação. Com uso de Libras para desenvolver melhor nosso comportamento. Portanto a mulher surda deseja conhecimento. Quer ser reconhecida e respeitável.
Para finalizar
A Laís nos fez refletir sobre algumas dificuldades vivenciadas pelas mulheres, em especial por mulheres com algum grau deficiência auditiva.
É tão pouco o que as mulheres surdas desejam… É tão fácil resolver o que elas pedem. Basta remover a barreira atitudinal. Acima de tudo, é ela que impede que removamos a barreira comunicacional.
Você se surpreendeu ao saber sobre isso? Sobre os desafios extras vivenciados por essas mulheres, essas cidadãs brasileiras? Então nos ajude a melhorar essa realidade. Um bom começo é aproveitar o Dia Internacional da Mulher e divulgar esse texto.
Podemos, em solidariedade, contribuir para melhorar essa realidade. Enfim, ajudar a remover as barreiras que atrapalham a vida das mulheres surdas, em pleno século XXI.
Vamos lá, contribui para a construção de um mundo mais justo para TODOS? A SignumWeb apoia essa ideia.