Como se vira o turista surdo em Minas Gerais? Fui pesquisar sobre o assunto e descobri que enfrenta a mesma barreira de comunicação verificada em qualquer outro espaço sociocultural em nosso país.
Como veremos abaixo, os equipamentos destinados às programações turísticas em Minas Gerais têm sido bastante frequentados pelos surdos. Entretanto têm sido pouco aproveitados. Tal qual acontece em qualquer outro estado Brasil afora, na verdade.
Como cada surdo tem uma necessidade diferente, insistimos que todos sejam contemplados. Se são oralizados precisam que as pessoas falem de frente e num ritmo natural, que permita a leitura labial. Se têm bom domínio do português, precisam ter acesso a legendas, sempre que isso for possível. Se precisam de intérpretes de Libras, isso deve ser disponibilizado… e assim por diante.
Vamos falar sobre isso? Vem comigo na leitura do texto. Você vai entender mais esse aspecto da vida do surdo.
O que o turista surdo aproveita, quando resolve “turistar” em Minas Gerais?
Como qualquer outra pessoa, o turista surdo quer ter livre acesso. Deseja desfrutar das maravilhas que o estado mineiro oferece. São diversos parques, maravilhosas cachoeiras, igrejas históricas incríveis. São belíssimas obras arquitetônicas construídas durante o ciclo do ouro.
O rico acervo dos museus mineiros é um capítulo à parte. Mas para os surdos, não passa de obras bonitas e agradáveis de se ver. Enfim, se o turista não conhece o contexto, o ambiente cultural e a história do artista que as produziu, muita coisa não será aproveitada na visita.
Respeitando a máxima defendida pelos surdos, que diz “nada sobre nós, sem nós” fui colher depoimentos de surdos que amam fazer turismo. Isso somente confirmou o que já imaginava, sobre a acessibilidade comunicacional, nos diversos equipamentos de turismo.
Observe que o texto do surdo foi reproduzido, conforme seu domínio da língua portuguesa. Uma língua muito complexa para os surdos… como também para muitos de nós:
“Quando eu fui viajei em lugar qualquer tem aquele pessoa é profissional turismo mas falta acessibilidade.
Eu tenho sentido muita falta demais. Que complicado.” Lucas Ramon – Cartunista
“Eu gosto de ir aos museus, evento e histórico das igrejas nas cidades mineiras. Mas, infelizmente, a maioria desses lugares não tem acessibilidade para surdos.” Raiane Gontijo – Fisioterapeuta
“Aquele turismo estrada real que fui HOJE, acessibilidade nenhuma. Toda informação vem no site estrada real só mostra texto e fotos conto de cada história. Se aquele site tivesse janela que conta história ai a opção escolher libras na janela seria ótimo. Vagner Figueiredo – Operador de produção e fotógrafo.
“Visitei Diamantina e Ouro Preto apreciei a beleza, mas não tive nenhum informação. Em BH, visitei museu, aconteceu o mesmo. Sinto falta de acessibilidade para aos surdos. Precisamos ter conhecimento da cultura, história de Minas Gerais” Rejane Oliveira – Design de moda.
E nos aeroportos e hotéis, o que acontece com o turista surdo?
Um casal surdo contou que precisou de ajuda no aeroporto internacional de Confins, mas que preferia poder se virar sozinho. Entretanto gostaria de poder contar eventualmente com o auxílio de um intérprete de Libras.
O casal relatou que sente dificuldades quando muda portão de embarque ou a esteira onde sua bagagem será retirada. Isso para citar apenas alguns exemplos.
Nos hotéis a história se repete. “É muito raro encontrar um atendente que saiba falar a língua Brasileira de sinais. Mas pelo menos poderiam adotar um sistema onde o profissional de Libras pudesse ser chamado. Assim o turista surdo seria recebido com o respeito que merece. Ele receberia as informações necessárias. Não é assim que fazem com os ouvintes que falam outras línguas?”
Se o turista surdo pudesse chamar um intérprete virtual para receber orientações e obter informações relevante, seria de fato muito interessante.
A boa notícia é que essa realidade vem mudando.
Felizmente já existe um movimento por parte da SECULT – Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, de implantar a acessibilidade para os turistas surdos, no nosso estado. Em parceria com SEED MG e a SignumWeb, algumas interessantes ações veem sendo desenvolvidas e em breve o turista surdo acessará os equipamentos com a mesma liberdade e autonomia que qualquer outro cidadão.
Aguarde! Vem muitas outras boas novidades por aí. E não é somente para os surdos. Afinal, todo turista é bem-vindo para desfrutar as maravilhas das Minas gerais. Incluindo aqui o seu delicioso e imperdível pão de queijo.
Quer saber mais sobre isso? Entre em contato conosco.