Surdos ou deficientes auditivos, será que existem diferenças na forma de comunicação de com esses cidadãos?
Inicialmente precisamos entender que clinicamente falando ambos os termos se referem àqueles indivíduos que possuem perda auditiva entre leve, moderada e profunda. Mas, de acordo com os critérios da Organização Mundial da Saúde, deficiência auditiva é a redução da capacidade de ouvir sons em um ou ambos os ouvidos. Por outro lado, a surdez é definida como a ausência ou perda total da capacidade de ouvir em um ou ambos os ouvidos.
Entretanto convém esclarecer que existem diferenças das expressões surdo e deficiente auditivo também na perspectiva histórica e cultural. Ou seja, embora os conceitos se confundam, a própria comunidade surda costuma defender que há distinção entre os dois termos. E isso tem a ver também com a forma como se comunicam.
Continue a leitura e entenda melhor sobre esse assunto.
Surdos ou deficientes auditivos, qual é a diferença?
Deficientes auditivos seriam as pessoas que têm dificuldade de ouvir, mas conseguem um ganho com o uso de próteses. Essas pessoas costumam se comunicar usando mecanismos orais. São aqueles que conseguem complementar o entendimento do que escutaram, com uma leitura labial.
Os surdos, por outro lado, são aqueles sujeitos que não escutam absolutamente nada. Eles não têm ganho significativo com o uso de aparelhos de amplificação sonora e, para se comunicarem, utilizam prioritariamente a língua de sinais.
Existem muitas polêmicas em torno desse assunto e uma variedade enorme de possibilidades que envolvem a surdez. Mas, de forma simplificada, os conceitos seriam esses.
Por que a forma de comunicação de surdos e deficientes auditivos sofre preconceitos?
Polêmicas à parte, em ambos os casos as pessoas com esse tipo de condição terão dificuldades para adaptar-se à sociedade. Em maior ou menor escala essas pessoas enfrentarão barreiras linguísticas. Esse fato precisa ser entendido e respeitado. Para que isso aconteça é necessário a criação e manutenção de políticas públicas e mecanismos, por parte da sociedade, para a efetiva inclusão comunicacional desses cidadãos.
Essas pessoas constituem uma minoria, discriminada apenas por possuírem características diferentes. Os deficientes auditivos sofrem preconceitos linguísticos em função da qualidade da voz, que soa diferente. Afinal, para modular a voz precisamos da pista auditiva. E os surdos por usar Libras, a Língua Brasileira de Sinais. Essa língua muitas vezes é confundida com mímica, menosprezada equivocadamente, como se fosse uma forma menos eficiente de comunicação.
Assim surdos e deficientes auditivos ainda têm de lidar com muitas barreiras para sua efetiva inserção na sociedade, em função do persistente preconceito social.
Conquistas dos Surdos ou deficientes auditivos ao longo da história.
Esses cidadãos viveram durante séculos na obscuridade. Por muito tempo era praticamente impossível para eles o acesso aos direitos básicos como estudar e trabalhar. Entretanto nos últimos anos vem conquistando importantes avanços face à sua necessidade de comunicação. Aos seus direitos de acessibilidade nos mais diversos espaços sociais e culturais.
A mais importante conquista foi o reconhecimento da Libras como meio legal de comunicação e expressão. Este marco histórico está amparado na Lei 10.436 de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais e dá outras providências. O seu artigo 1º, parágrafo único, traz o seguinte texto:
“Art. 1
É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais – Libras e outros recursos de expressão a ela associados.
Parágrafo único. A forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.”
Vamos respeitar e apoiar esses cidadãos?
Com o advento da Lei fica então institucionalizado o apoio ao uso, ensino e difusão da Libras, como essencial para a comunicação das pessoas surdas.
Considerada agora como língua materna do surdo brasileiro, Libras em nada se distingue de outras línguas, a exemplo do português, francês, inglês ou espanhol. Entretanto, as palavras se materializam não através de sons e sim através dos sinais e outros parâmetros da língua, como a expressão facial, por exemplo.
Sabendo tudo isso, não importa se o sujeito é surdo ou deficiente auditivo. É muito importante entender quais são as suas necessidades específicas de comunicação e atender da forma mais eficiente possível. Seja disponibilizando legendas em português, falando de frente e de forma adequadamente pausada para os surdos oralizados. Seja oferecendo os serviços de intérpretes de libras para os surdos sinalizadores.
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