Qual a diferença entre tradução e interpretação?

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A diferença entre tradução e interpretação nem sempre é algo fácil de se pontuar. As duas atividades apresentam muitas semelhanças tornando a confusão de conceitos algo até mesmo compreensível. Afinal o tradutor traz a público aquilo que ele interpretou, ou seja, aquilo que ele entendeu do texto no qual esteve trabalhando

Ficou ainda mais confuso? De fato, essas atividades se assemelham. Porém apresentam importantes diferenças, merecendo um texto de esclarecimento.

Vamos à leitura?

Existe mesmo uma diferença entre tradução e interpretação?

Inicialmente é preciso citar as semelhanças entre essas duas atividades irmãs, para só depois podermos falar de diferenças.

Ambas as atividades vão trabalhar vertendo conteúdo de uma língua fonte para uma língua alvo.  Ambos os profissionais precisarão estabelecer estratégias nas escolhas linguísticas, a fim de preservar o sentido do texto original. Ambos estão sujeitos e esbarrar nas armadilhas da língua, no exercício da sua profissão.

Além de tudo isso, nas duas atividades os conteúdos sofrerão as interferências das vivências pessoais, da leitura de mundo, dos conceitos introjetados pelo profissional ao longo da vida.

Por isso é comum se falar que não existe tradução/interpretação totalmente neutra ou isenta. Afinal, não dá para fazer traduções/interpretações literais. Todo o conteúdo deverá ser trazido para o publico alvo respeitando a lógica da sua língua e cultura. Ou corre o risco de virar apenas uma “piada sem graça”.

No final das contas, por causa de tantas variáveis, terminamos aceitando a velha máxima de que, em maior ou menor escala, o profissional sempre termina traindo o sentido pretendido pelo autor.

Mas sim, existem diferenças importantes entre essas duas atividades. Vamos a elas?  

A atuação do intérprete.

A verdade é que o intérprete de fato se difere do tradutor e possui competências específicas para o exercício dessa delicada atividade. Assim, nem sempre um bom tradutor será um bom intérprete.

Para começo de conversa, o intérprete é aquele profissional capaz de atuar em tempo real, arcando, entretanto, com o ônus de um equívoco, seja pela limitação de conhecimento entre os pares linguísticos envolvidos, seja por fatores externos como quando não escuta direito a mensagem emitida pelo orador.

Além disso o intérprete precisa ter uma certa sintonia com o palestrante para trazer, por exemplo, os elementos sutis, quase imperceptíveis, presentes na sua fala. Tais sutilezas denotam, por exemplo, que ele afirmou algo com clara intenção de negar. Ou seja, estava usando a ironia ou outras figuras de linguagem que passariam despercebidas por um ouvinte menos atento.

Para minimizar o risco e não sobrecarregar cognitivamente o profissional, o trabalho é sempre feito em dupla. É recomendado o revezamento a cada 20 minutos de atuação. Aquele que estiver na função de apoio dará piscas que podem ter escapado a quem estiver atuando no seu devido turno.

A atuação do tradutor

O tradutor é aquele sujeito que tem tempo hábil para estudar o texto original, pesquisar exaustivamente todas as suas nuances e produzir a tradução. O seu trabalho pode ser bastante solitário, mas eventualmente ele precisará buscar auxílio externo para corrigir possíveis equívocos, revisar e refazer quantas vezes julgar necessário.

O bom tradutor realmente dedica tempo para estudo prévio do texto, para trabalhar uma glosa, para recorrer ao próprio autor ou, na impossibilidade, até mesmo um colega de trabalho, trocando figurinhas na tentativa de dirimir todas as dúvidas sobre o texto original.

Trata-se de um trabalho mais meticuloso, mais elaborado, que não dá tanta margem para erros.

Por que as pessoas não fazem diferença entre tradução e interpretação de Libras?

Na verdade, essa confusão não se refere somente aos profissionais da língua de sinais. Mas como sempre falo aqui de surdez, faço a pergunta? Por que as pessoas confundem tanto quando se referem à tradução e interpretação de Libras?

Talvez uma das explicações possíveis seja o fato de que ainda não é senso comum que Libras seja uma língua. Embora já tenha sido reconhecida com tal pela legislação brasileira, as pessoas, na maioria das vezes, a classificam como linguagem. Daí tanto faz se o profissional fez uma tradução ou uma interpretação.  Mas isso é uma suposição minha.

Como a confusão é replicada também entre línguas orais, pode ser que não esteja aí a explicação. E sim no fato de que os dois conceitos são realmente confusos, dado às semelhanças acima apontadas.+

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