O surdo na escola: educação com acessibilidade? O surdo na escola: educação com acessibilidade?

O surdo na escola: educação com acessibilidade?

3 minutos para ler

A educação com acessibilidade para os surdos, usuários de Libras no Brasil, é uma questão bastante polêmica! Se por um lado existe um justo apelo em prol da inclusão, já que na vida e no mercado de trabalho o surdo terá que conviver com ouvintes…

O surdo na escola: educação com acessibilidade?
Imagem: Creative Commons

Por outro existe a realidade de que as escolas ainda não estão preparadas para lidar com esse aluno e oferecer educação com acessibilidade. Políticas de inclusão vêm sendo discutidas e implantadas, evitando-se sempre a possibilidade de segregação e de exclusão.

Não pretendemos aprofundar a discussão, tratando de questões polêmicas, como a adoção de método fônico, por exemplo. Isso cabe às pessoas que estudam mais detalhadamente o tema. Ficaremos nas interações entre surdos e ouvintes, na sala de aula.

Compartilhar a sala de aula com ouvintes é uma tarefa árdua para os surdos, ainda que sejam oralizados. Isso sempre funciona de modo precário, desde a turma que interage – falando vários ao mesmo tempo – até o professor que usa bigode ou que fala virado para a lousa.

Quanto ao surdo usuário de Libras, não é só com intérpretes despreparados que tem que lidar.

Existem professores ignorantes e sem paciência, que não entendem as especificidades que envolvem o mundo do surdo. Colegas que insistem em praticar bullying, ou que, por desconhecerem o que seja “ruído” na comunicação em Libras, atravessam sem parar entre o intérprete e o surdo. Assim, interrompendo o fluxo da conversação e da educação com acessibilidade.

Há relatos de alunos surdos desmotivados, com dificuldades de aprendizado, que optam por sair da escola, por não conseguirem acompanhar as disciplinas, mesmo com intérprete.

Não queremos afirmar que existem deficiências melhores ou piores! Mas, tratando-se da aprendizagem, a surdez é a mais complexa entre as deficiências. O surdo está mais ausente em uma aula expositiva do que o cego, por exemplo. Claro que  o aluno cego apresentará  outras dificuldades, inerentes à sua condição e elas também devem ser objeto de atenção dos educadores.

O problema é que não há muitas alternativas. O jeito é ir tentando minimizar os prejuízos até que cheguemos a uma solução mais próxima da ideal. Separar ouvintes de surdos não é a melhor opção para estimular a aprendizagem. É interessante que se faça um exercício de inversão da situação, na tentativa de inserir o ouvinte na ‘cultura’ do surdo, a fim de que compreenda como se dá a comunicação em Libras e como é o processo de socialização deles.

Exemplo disso foi o tema da redação do ENEM 2017: “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”. Mas a reação dos alunos ouvintes que se submeteram ao processo de avaliação não foi das melhores. Nas redes sociais, havia muitos ouvintes insultando os surdos – bravos porque não conseguiram elaborar um bom texto. Portanto, uma prova do total desconhecimento sobre o assunto.

Isso demanda um investimento grande de todos os envolvidos. Nem todos estariam dispostos a experimentar a educação com acessibilidade, mas, com certeza, todos sairíamos ganhando. Tolerância e empatia são palavras que caem bem em qualquer situação!

Acessibilidade comunicativa – SignumWeb

Conheça a SignumWeb você também! Oferecemos o serviço de intérprete virtual em tempo real. Confira!

Posts relacionados

Um comentário em “O surdo na escola: educação com acessibilidade?

Deixe um comentário