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O que acontece com um ser humano se ele não aprender uma língua? Como se comunicará? Essa é a pergunta que o neurologista Oliver Sacks faz em seu livro “Vendo Vozes”. Ele traz relatos de casos clínicos, como o de Joseph:
“Joseph nasceu num mundo de silêncio absoluto e jamais pode ter qualquer contato com a linguagem. Agora, aos 11 anos de idade, foi matriculado em uma escola para surdos. No saguão do prédio ele olha com ansiedade para as bocas e as mãos movimentando-se à sua volta. Parece compreender que há algo extraordinário acontecendo entre as pessoas. Tem sensação de que lhe falta algo de precioso. Algo que ele não sabe exatamente o que é. Está excluído, mas não sabe de quê”
Sacks não é surdo, mas um admirador da língua de sinais. Ele afirma que o funcionamento do cérebro é favorecido pela aquisição da linguagem, em suas diversas formas. E que é isso o que nos torna diferentes dos outros animais.
É a aquisição de uma língua que possibilita a elaboração dos pensamentos. Isso é o que é que nos torna verdadeiramente humanos.
Relatos históricos de “Vendo Vozes”
“Vendo Vozes” é um relato excelente e esclarecedor de como os surdos foram tratados historicamente e como superaram preconceitos, mostrando seu potencial, sua mente inteligente, através de uma língua linda, rica, completa, com gramática própria… Como qualquer outra língua.
O autor fala que o surdo desenvolve um cérebro bem mais adaptado para funções visuais e espaciais que os ouvintes. Segundo ele, os surdos usam com mais eficiência os dois hemisférios do cérebro. Apresentando, por isso, uma inteligência acima da média, em alguns aspectos.
O livro foi escrito em 1989 e algumas questões que ele traz já foram estudadas e superadas! Mas continua atual e muito recomendado a todos os que convivem com surdos e se interessam pelas línguas de sinais.
Sinopse
“O que é necessário […] para nos tornarmos seres humanos completos? O que denominamos nossa humanidade dependerá parcialmente da linguagem? O que acontece conosco se não aprendermos língua alguma? A linguagem desenvolve-se de um modo espontâneo e natural ou requer contato com outros seres humanos?”
Numa fascinante incursão pelo universo dos surdos, Oliver Sacks procura responder a questões como essas. Sua preocupação não é simplesmente apresentar ao leitor a condição daqueles que não conseguem ouvir. Acompanhando a história, os dramas e as lutas dessas pessoas, o leitor será levado a olhar para o seu próprio cotidiano de um modo inteiramente novo. Será capaz de ouvir, nos sons da linguagem, um pequeno milagre que se repete cada vez que uma nova sentença é proferida.”
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