A criança surda

4 minutos para ler

A criança surda é o tema de semana, no nosso blog, já que estamos celebrando o Dia das Crianças. O objetivo é que lancemos um olhar especial para a riqueza da diversidade, também nessa faixa etária da vida.

Em meio às festividades, queremos destacar a importância da acessibilidade, da inclusão e da interação. Especialmente para as crianças surdas, para que possam explorar plenamente o mundo, mesmo que para ela seja um mundo um pouco, ou totalmente silencioso.

Vamos mergulhar no mundo diferenciado da criança surda?

A criança surda e sua forma de brincar.

O Dia das Crianças é mágico, é tempo de presentes e de muita diversão. Nesta época do ano os brinquedos e as brincadeiras frequentemente se tornam o tesouro mais cobiçado do mundo dos pequeninos.

Para qualquer criança e especialmente para as crianças surdas, é crucial ser introduzida desde cedo no universo do “faz de conta” que o brincar lhes proporciona.

Isso, tornar-se-á alicerce para a expansão de sua imaginação, influenciando positivamente o aprendizado, a criatividade e a construção de novos saberes. Enfim, de novos horizontes.

Por que o ato de brincar é tão benéfico para as crianças?

O ato de brincar, de pensar, de imaginar, interpretar e reinterpretar a realidade é uma faceta inerente à nossa humanidade. No entanto, para a maioria de nós, o principal canal de acesso a esse mundo é o som. A criança ouvinte gradualmente se sintoniza com vozes e as reações ao seu redor, acumulando conhecimento e gerando novos aprendizados.

À medida que o aparato cognitivo se desenvolve, a inteligência da criança se expande e a imaginação alça voos mais altos. Esse processo é natural e se aplica também à criança surda, bastando-lhe a oportunidade de imersão no mundo do brincar, com o mediador apresentando na língua de sinais, o que seria dito oralmente para a criança ouvinte.

A criança surda oralizada.

Se a família tiver condição de investir em treinamentos fonoaudiológicos e optar pela oralização, este pode ser um momento precioso de treino, mas não um requisito obrigatório. O cerne da questão é que o momento do brincar deve ser repleto de afeto, algo que todas as crianças, surdas ou não, anseiam muito.

O brincar é, essencialmente, uma construção afetiva para toda criança. Neste processo, a interação floresce e vai além das palavras, abrangendo sinais, gestos, mímicas, imagens e expressões faciais e corporais. Para a criança surda, isso é fundamental.

O ato de brincar é um catalisador da saúde.

Obviamente a saúde física e emocional de uma criança, surda ou ouvinte, passa pelo ato de brincar. E, na idade adulta, manter esse hábito é igualmente benéfico, pois sustenta a chama da criatividade, fundamental para questionar a realidade e construir novos conceitos e valores.

Sendo assim, a criança surda também merece ser convidada a criar seu próprio universo de imaginação através do brincar. No entanto, esse processo será menos eficaz se ela for sempre relegada ao isolamento, por falta de interação com adultos ou com outras crianças.

Ao brincar em dupla ou grupo, ela aprende a repetir ações, a assimilar experiências, mesmo que o canal visual seja sua principal ferramenta. As possibilidades são infinitas e não devemos subestimar. Devemos, ao contrário, estar atentos e sempre estimular o brincar.

Sabemos que o brincar é libertador.

Todas as crianças, sem exceção, sem discriminação, necessitam dele. Em suma, o Dia da Criança nos recorda do mundo mágico que habita dentro de cada um de nós e da criança que fomos um dia e que ainda habita nosso coração.

A SignumWeb deseja a todas as crianças, surdas ou ouvintes, muitos brinquedos e muitas brincadeiras. Que todas elas tenham um Feliz Dia das Crianças!

Posts relacionados

Deixe um comentário