Pessoas com deficiência – empatia X vitimismo.

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Pessoas com deficiência costumam provocar em nós uma imediata comoção. Uma compaixão que nos leva a querer ajudar. Mas é preciso que se deixe bem claro que essas pessoas, na verdade, desejam ser respeitadas. Querem ser acolhidas com dignidade e não com dó. Afinal, a isso chamamos de vitimismo, algo que definitivamente queremos combater.

Entretanto, ainda que de forma inconsciente e por causa da cultura vigente, a comoção surge em nossos corações quando nos deparamos com pessoas que apresentam visualmente alguma forma de limitação. Como devemos agir?

Vem comigo até o final do texto e você entenderá como é possível lidar com esse sentimento, substituindo-o por empatia, que é a melhor atitude.

Empatia por pessoas com deficiência física.

Normalmente as pessoas entendem a deficiência física como muito limitadora. E é, em alguns casos extremos. Entretanto a empatia ajudará a entender a situação e a se comportar de forma adequada na abordagem direta, na tentativa de ajudar se for o caso.

Assim, sempre pergunte se a pessoa precisa de ajuda. E se disponha a ajudar apenas na medida do que foi solicitado. Por exemplo, para acessar um ambiente que não está adequadamente preparado para uma cadeira de rodas.

Porém, se você ofereceu ajuda e a pessoa dispensou, simplesmente se desculpe e siga seu caminho.

Empatia para com a pessoas com deficiência visual.

Será que podemos afirmar que a cegueira impacta os olhos de quem a comtempla? Sim, isso acontece muito. Ao nos depararmos com um cego tentando se livrar de um obstáculo, logo somos impulsionados a ajudar. Entretanto, a maioria dos cegos recebeu treinamento para saber se deslocar com autonomia na vida diária.

Por exemplo, ele cria estratégias como contar os degraus de uma escada. Ou a quantidade de passos para ir de um ponto a outro. E pode se orientar pelo olfato. Assim, ele saberá se está perto de uma padaria ou restaurante. E o vento ou a temperatura corporal indicará se está num lugar fechado ou aberto.

Todavia, se a pessoa cega deseja atravessar uma rua ou pegar um ônibus, você deve oferecer sim ajuda. Obviamente deverá perguntar como ela quer que você se comporte ao ajudá-la. Portanto, evite simplesmente pegar pela mão e sair puxando. Isso é bem desagradável..

Compaixão por causa de uma deficiência intelectual.  

É possível experimentar extrema comoção, que pode levar às lágrimas, gerada ao nos depararmos com pessoas com deficiência intelectual. Mas não precisa ser assim. Até porque a dó manifestada, mesmo que por expressão facial, será percebida e gerará desconforto.

Afinal, Sentir compaixão é diferente de sentir dó. A compaixão pode ser conceituada como empatia em ação. Ao se compadecer, você sentirá algo próximo do que a pessoa estaria sentindo. Daí deverá buscar estratégias para demonstrar empatia. Ou seja, a compreensão, o verdadeiro entendimento da situação.

Solidariedade por pessoas com deficiência auditiva.

Não sei se você concorda, mas com relação aos surdos, não verificamos muita atitude de dó ou comiseração. E muito menos uma postura empática. É que a surdez é uma deficiência meio que invisível. Você só percebe a dificuldade quanto tenta se comunicar e não consegue.

Se por um lado consideramos bom os surdos não serem tão vitimizados quanto as demais PCDs, por outro entendemos que esse tipo de deficiência passa despercebida. E, por isso mesmo, negligenciada na sociedade.

Seria o caso de reivindicar comoção? Óbvio que não. O desejo é que haja maior visibilidade. Ou seja, melhor entendimento sobre as implicações de se conviver com a surdez. Assim, quem sabe seriam tomadas as atitudes corretas, a fim de implementar medidas de superação da barreira de comunicação.

Costumamos falar aqui no blog, que a deficiência auditiva é das mais socialmente excludentes. Isso porque a pessoa está ausente das interações verbais, mesmo que esteja fisicamente presente. Isso pode representar um grande prejuízo. Inclusive para a integridade física, se o assunto que estiver sendo veiculado envolver perigo de morte.

Entendendo tudo isso, com certeza desenvolveremos melhor empatia para com as pessoas com deficiência. Vamos?

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