Vamos falar de mães surdas e de mães ouvintes de filhos surdos, no Dia das Mães. Para tratar desse tema preciso abordar as diversas possibilidades de mães que, de uma forma ou de outra, precisam lidar com a surdez.
Eu por exemplo, sou uma mãe ouvinte de filho surdo. Existem também casos em que a mãe é surda e seus filhos são ouvintes. Esses filhos são conhecidos como codas, na comunidade surda.
Parece complicado? Sim parece, mas não é tão complicado assim. Desde que, obviamente, a sociedade passe a entender e respeitar as necessidades de cada uma dessas mães e dessas famílias.
Vamos à leitura do texto?
Como as mães surdas se relacionam com os seus filhos surdos?
No imaginário coletivo pode surgir essa pergunta. E a sociedade, com sua inclinação ao capacitismo costuma ter dó ou rotular essas mães como aquelas que têm poderes especiais. Na realidade, são apenas mães que usam as estratégias a que têm acesso, para cuidar dos seus bebês.
Conversando com alguns surdos, filhos de mães surdas, descobri que eles se sentem confortáveis nessa situação. Rapidamente a mãe e seu bebê surdo conseguem estabelecer uma comunicação eficiente entre si. Tal qual acontece entre mães ouvintes de bebês ouvintes. Só que no caso dos surdos o próprio balbucio já se inicia em Libras. Óbvio que na sociedade eles enfrentarão juntos muitas barreiras. Mas entre si a comunicação é perfeita.
Como as mães ouvintes cuidam de filhos surdos?
Esse é o meu caso, por isso me sinto muito à vontade para falar. Meu filho nasceu ouvinte e ficou surdo por sequela de uma meningite pneumocócica, quando estava quase fazendo dois anos de idade.
São muitas as implicações e é enorme o misto de emoções vivenciadas por essas mães, especialmente por desconhecerem como funciona a vida de quem não escuta.
A tendência natural é que essas mães queiram oralizar o bebê, numa tentativa de “normalizá-lo”. Não tenho absolutamente nada contra isso. Só posso pontuar que no meu caso e no caso da maioria das mães que conheço e que compartilharam comigo a sua experiência, não funcionou muito bem.
Mas uma mãe sabe se reinventar e construir possibilidades. No processo vai aprendendo com o próprio filho. Juntos vão superando as barreiras que encontram pelo caminho. No final tudo dá certo.
Como mães surdas que usam Libras, lidam com filhos ouvintes?
Conheço algumas mães nessa situação. Que mágico que é. A comunicação flui de forma positiva. Os bebês ouvintes aprendem tudo que suas mães surdas ensinam, inclusive Libras. Um pouco mais tarde, na convivência com parentes e com a sociedade ouvinte, aprendem também a falar a língua oral.
Entretanto algumas mães e filhos falam das dificuldades enfrentadas quando vivenciam essa situação familiar.
Nesse caso, como nos outros, tem muito a ver com o que a sociedade oferece de retorno. Alguns filhos ouvintes de mães surdas falam que eles também sofrem preconceitos. Isso porque eventualmente seus pais precisarão interagir na escola e com os coleguinhas. E as escolas não estão preparadas para conversar com mães surdas.
Essa situação se repete em outras esferas da sociedade. Especialmente quando uma mãe surda precisa levar seu filho ao médico. É bem complicado.
Como criar uma rede de apoio para essas mães?
Em qualquer situação o preconceito e as barreiras se manifestam de forma avassaladora. Essas mães e esses filhos necessitam (e não podem mesmo renunciar) de uma rede de apoio. Uma rede composta por médicos, fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos e intérpretes de Libras, entre outros.
Porém, na maioria das vezes, essas mães atípicas lutam para viver de forma digna, sem ter muito com quem contar.
A boa notícia, entretanto, é que já existem uma legislação favorável. E uma política pública incipiente que garantem minimamente a defesa dos direitos dessa família.
Tecnologias assistivas de apoio às mães surdas e aos filhos surdos.
A SignumWeb surgiu dessa dor. Tudo é relatado no livro O filho dos Sonhos – Uma História de Superação. O livro conta a trajetória de uma mãe ouvinte com seu filho surdo. Juntos eles conseguiram vencer as barreiras da vida.
Foi assim que o Felipe Barros chegou à universidade e criou uma solução de acessibilidade comunicativa entre surdos e ouvintes.
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