Hoje desejo falar sobre o trabalhador surdo. E provocar uma reflexão sobre o que eles têm para comemorar, no Dia do Trabalho.
Esta é uma data importante, tradicionalmente celebrada no dia primeiro de maio, em quase todos os países do mundo. Este é um dia muito importante e nele acontecem manifestações populares mundo afora.
A data é marcada por movimentos que reivindicam valorização da classe trabalhadora e condições dignas de trabalho para todos. Os trabalhadores defendem o direito de uma jornada adequada e de uma remuneração justa.
Mas, e o trabalhador surdo? Existe mesmo o que comemorar? Claro que sim. Eles têm conseguido entrar no mercado formal ou informal de trabalho. Entretanto sabemos que precisamos avançar um pouco mais, para que a sociedade reconheça o potencial desses cidadãos.
Vamos à leitura.
Como tem sido a inclusão do trabalhador surdo num mercado tão competitivo?
Na verdade, o acolhimento do trabalhador surdo no mundo corporativo é recente. Afinal, durante séculos esses cidadãos foram considerados incapazes, vivendo de benefícios do governo ou de favores alheios. Eles sequer podiam falar por si próprios. A lei determinava que eles precisavam ser assistidos na defesa de seus direitos.
Hoje, com todo movimento feito pelos próprios surdos e pelos simpatizantes da causa, muita coisa melhorou. A principal delas é o direito de acesso à educação, a uma formação acadêmica que garanta a qualificação dessa mão de obra.
Assim, os surdos vêm conseguindo entrar nas universidades brasileiras, com apoio de intérpretes de Libras. Uma importante conquista, muito comemorada por essa comunidade.
O trabalhador surdo está qualificado?
É preciso lembrar que, historicamente, ao surdo esteve reservado o subemprego e a baixa remuneração. Desde que conseguiu entrar no mercado de trabalho tem sido assim. Mas agora o surdo tem conseguido mostrar o seu valor, o seu potencial.
No Brasil já existem surdos ocupando cargos até mesmo no segundo escalão do governo federal. Além disso temos surdos empreendedores, como o Felipe Barros, CEO da SignumWeb.
Apesar de muita coisa ainda precisar melhorar, aos poucos a sociedade vem percebendo que o surdo pode sim representar uma mão de obra qualificada, fazendo diferença positiva no corpo funcional de qualquer instituição.
Entretanto existem relatos de surdos que afirmam que, se por um lado a escolarização é bem vinda, por outro dificulta. Afinal, seja por preconceito, por desconfiar da capacidade produtiva do trabalhador surdo ou por desconhecer como se dará a acessibilidade comunicacional, os surdos sinalizadores acabam sendo preteridos, no momento da seleção, Assim, são raros os surdos usuários de Libras que se formam e conseguem postos de trabalho na sua área de atuação.
É preciso mudar essa realidade.
Como promover acessibilidade e combater o preconceito?
Existe uma legislação que trata de acessibilidade das pessoas com deficiência. Trata-se da famosa lei de cotas. Ela determina que a as empresas com 100 empregados ou mais, são obrigadas a contratar pessoas com deficiência.
Mas não gosto de reivindicar a lei para falar de acessibilidade. Prefiro ir pelo viés da responsabilidade social e, melhor ainda, do entendimento de que toda a sociedade tem a ganhar abrindo-se para receber essas pessoas. E isso em qualquer esfera de atuação.
As tecnologias assistivas chegaram para ajudar. A plataforma SignumWeb por exemplo, pode ser utilizada desde o processo de seleção até uma eventual demissão de um empregado surdo.
Para treinamentos e para desenvolvimento, as empresas podem contar com o apoio de intérpretes de Libras da plataforma. São mais de 170 profissionais qualificados, com formação reconhecida pelo MEC, prontos para fazer a intermediação comunicativa com seus empregados surdos.
Vamos construir uma sociedade melhor e mais acolhedora para o trabalhador surdo? Procure-nos e explicaremos como tudo isso funciona.
Daí sim, teremos todos muito a comemorar.